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22, Menó e uns B.O.

  • Foto do escritor: Dimas
    Dimas
  • 7 de mai. de 2022
  • 2 min de leitura

Por Dimas


Há uma fórmula antiga que diz: cada um que cuide dos seus B.O. Sabedoria comum, humana. Escrita em várias línguas e traduzida às gerações, adaptada mais de uma vez. Simples, provoca a entender o papo reto. Cuide, faça o seu. Questiona ainda, qual a nossa parte nisso? Arrisca chamar a atenção para um ato de responsabilidade maior. Preocupada em cuidar. Conduz sobretudo à fé, faz crer que dá pra resolver esses B.O. E o que eles são, se não a origem dos problemas de cada um? O B.O é provocante na medida em que a busca pelo seu fim traz à vida um sentido. Cuidar do hoje para resolver o amanhã.

Mas a vida é só um resolver B.O?

Nem tudo cabe em fórmulas…

Começa o ano após o carnaval. A gente já sabe. Brasil brasileiro. Virada do ano, nas ideias que duram mais que a festa que é quase euforia, quase revolução. É meio que um molejo num tempo, um mergulho pra começar o dia. Pular 7 ondas. Em uma semana, Exu foi campeão do carnaval. O presidente em ato falho admitiu que mente, pra geral. Uma aldeia yanomami foi queimada e uma criança foi estuprada. Os militares se muniram de próteses penianas e viagra. Um líder quilombola é assassinado a tiros. Sem falar do desastre cotidiano que não viram manchetes de jornal. Só, em uma semana, é muito B.O dos Menó pra resolver.

A essa altura o Menó se dá conta que o seu papo reto é coletivo. Cuidar e buscar resolver junto. Não existe jornada de herói solitário na latinoamérica. O Menó é um coletivo. Cada um com seus B.O, tentando dizer como tenta resolver. E vivendo. Sem excesso de texto no sangue. Pois a fórmula é mais que um texto, como o ouro é mais que ouro para um alquimista. Ela é mais porque pode dizer mais. Quer dizer mais. Quer apontar para esse mistério que não se resolve sozinho, o Brasil. E quer aprender e cuidar mais dos seus rumos.

Em que tempo vivemos? Os momentos de aflição e desorientação se intensificam como se fossem água subindo um rio na virada da maré. Arrasa toda esperança de que estar à margem é seguro. O que nos resta pós-carnaval? O clima de festa das Eleições? Copa do mundo? O Mano falou. Tem que voltar para a base. Entender o que o povo tá vivendo. O que tá rolando. Seus B.O. O Menó, aqui, só está buscando um caminho para resolver o Brasil que vivemos. Tentando, com todo cuidado, para que não vire um paralelo do Brasil de Terra em Transe. Um Eldorado feito à vontade dos poderosos, em que a sua “harmonia universal dos infernos” é a razão da morte da história e das lágrimas do poeta. O que mais transborda em nosso tempo, se não a consciência de que esse é o papo reto? Esse é o dever maior dos menó.

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