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Ônibus

Por Dimas


Começo no compasso de um verso... "Eu penso"

E tropeço na própria estrutura da sentença.

A palavra que pensa?

Faço o que quero. No desvio poético, há algo de raro e um outro louco.

Que brinca com essa opaca liberdade.


O real disso é que estou no ônibus.

Já se faz a vez: às 21:53.

Hora que trepida com a questão: que é no lugar em que está o movimento?

Metamorfose, em que os pontos passam. Como se fossem todos destinos.

Alinho:

1- Eu penso: É Niteroi e vou pra casa.

Ainda assim, não nego a sentença das horas, pois faço ver.

Está aí, eu penso: está aí. Existe a máquina.

Vibram os seus motores.

Com eles trepidam sobre as rodas, corpos malemolentes que esparramam o couro nos bancos. Amam os bancos. Por isso chamo-os educativamente de bancários.

Observo os que (vão-vem) na máquina.

Não desgostam. Aceitam.

Estão aí para o aparelho. Modelam-se nele como assentados.

E emparelham o aparelho, as janelas, que são janelas para apoiar a cabeça, sonhar, e janelas para refletir os olhares dos que habitam sob o mesmo ar condicionado.

A máquina vibra, por fora: o mundo se agita no caminho da passagem. Por dentro, nada penso na palavra, está aí. Há passagem e um aparelho.

Não há então um verbo para pôr em movimento, todo o resto do mundo?

O lado de fora aparece é um ponto, e outro ponto, além do mais.

Faz 22:14... e lá já vai outro, ponto..........

E neste, lembro, havia sinal para um-descer-o-corpo.

Som da parada.

Para

Abrem-se portas.

O final... eu penso, é apenas hora de dizer com sinceridade:

Valeu moto!!!


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