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"Sempre vou lembrar" de WL Vaz não é um canto de luto, é um canto de luta!



"Sempre vou lembrar" é uma faixa singular, que desperta uma sensação indescritível de "saudades eternas". WL Vaz é o nome do artista que canta em homenagem a seu amigo falecido. Na Baixada Fluminense e em outros lugares dessa extensa periferia chamada Brasil, é assim que as coisas são. Falando por experiência própria, todos nós somos suspeitos aos olhos da polícia e da segurança das lojas, independentemente de nossas ações ou falta delas.


Ser negro, morador da periferia, é ser considerado suspeito. Luiz Henrique, conhecido como LH da Rajada, foi mais um jovem periférico morto pelas mãos do Estado do Rio de Janeiro, direta ou indiretamente. Morreu como tantos outros, sem oportunidades, no auge da juventude, tornando-se apenas mais uma estatística. A primeira vez que ouvi essa música, fiquei impactado, refletindo sobre vários amigos meus que não chegaram aos 18 anos, quiçá aos 27. Pessoas próximas que enfrentaram um caminho cheio de obstáculos e dificuldades.



"Sempre vou lembrar" é um remix da música "Drill Tonight" de Young AP em parceria com Sheff G, com a magnífica intervenção musical de Gandh193, fundador e produtor do selo Situação dos Crias. A única semelhança entre o remix e a música original é o ritmo, na verdade nem tanto, o do WL é mais acelerado. A faixa de WL Vaz apresenta um clipe íntimo, projetado para ser simples, porém carregado de significado, que vai além da música e toca a alma. Com cenas na barbearia @d_regua_, um lugar onde sempre encontrava nas idas e vindas, seu amigo para cortar o cabelo na régua. De forma simples e direta, em menos de 2 minutos, Vaz fala de saudade e revolta. Sempre lembraremos daqueles que se foram, pois é importante recordar e resistir. Continuamos resistindo, infelizmente perdendo LH's aos montes todos os dias, minutos e segundos...



Sem querer impor minha opinião, na minha humilde visão, essa música é um grito contra o genocídio da juventude negra e periférica, nas mãos do Estado, de diversas formas e dimensões. Ser da favela na Baixada Fluminense é um estado de luto eterno, mas também é viver, lutar, festejar, adquirir sabedoria e ter disposição para enfrentar um desafio por dia, pois já lidamos com leões diariamente.




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