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Rubi, Amor e o cão

Por Marcelo Nunes da Rocha


...

Nunca permitiu que o comandante com suas legiões

Atravessasse o Rubicão...

Temiam a tirania bárbara da cólera

Sem travas dos homens da guerra que

Perderam o temor de morrer por tanto matar...

Aprenderam a linguagem da covardia,

A linguagem dos estripadores sem compaixão...

Eles mesmos imagem de Roma,

Feitos bárbaros – bárbaros feitos –

Tirando as roupas e as insígnias são o quê –

Uma miragem caindo eternamente no abismo

Um nó, vários nós, fita com borda infinita: Möebius...

Rubicão, fronteira onde se armam piquetes

Rubicão, inexpugnável, invisível imposição

Da lei e da natureza – linha que separa –

E aí, Rubicão, atravessar ou não, é o que

Nos aparta. A selvageria e a civilização.


É triste civilização não

seja uma palavra intransitiva, precise ter

sua potência sempre arrematada sob o risco

da infâmia... Tem que se desenhar

Um Rubicão em cada estada, em cada curva,

Para cada morada...


Mas Rubicão fica nas

Franjas do meu coração, não permite

Que nenhuma legião, de nenhum comandante,

Marche sobre Roma porque Júlio César

Jaz morto às portas do Senado com vinte e uma facadas...

nas costas...

Rubicão faz fortaleza a meu coração...


Meu rio, em seu volume, força, massa, não quer ser reduzido a um cão, lacaio...

No fundo, meu coração é um bárbaro como os bárbaros romanos...

Não perde a incandescência e a intensidade de rubi...


E o Rubicão é uma linha no chão,

É aceitar ou não...

O Rubicão é a lei – está ali – para uns

É rubi, para outros é o cão...

Na verdade, Rubicão é nada, é um porteiro

Que não se importa se você entrar ou não...




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