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Scarlett Wolf: A Pioneira do Grime no Rio de Janeiro Fala Sobre Carreira, Desafios e Influências Musicais

De Santa Crime para o Mundo


Scarlett Wolf edit @visualbypivete

A Zona Oeste revela muita gente, mas muita gente mesmo, e com ela não poderia ser diferente. Ela começou sua carreira no rock, mais especificamente no cenário pesado independente. Sua trajetória muda quando o rap passa a ser o seu portal. E quando a gente pensou que não podia se impressionar mais, ela vem e mete marcha no grime, sendo uma das primeiras mulheres do Rio de Janeiro a fazer o estilo. A mãe de Santa Cruz segue dominando tudo por onde passa, e a Menó teve a chance de conversar um pouco com essa joia rara, que é a Scarlett Wolf.



A rainha do flow tirou um tempinho da correria para trocar essa ideia:


— Muita coisa se passou desde quando você decidiu fazer rap. O que sentiu quando tomou essa decisão?


Comecei no rock, sendo vocalista de uma banda de deathcore/metalcore. O rock no Brasil é praticamente impossível, principalmente nessas vertentes. Achei que o rap seria menos difícil (risos). De certa forma é, mas sinto que as dificuldades só mudaram e, se for ver bem, pode ser que seja até mais difícil. Só não julgo impossível. Eu senti que em São Paulo tive mais oportunidades, mais abertura, talvez por ser carioca e “ser novidade” na área, ou também por ter uma quantidade considerável de produtores na cidade. Mas passei por poucas e boas para entender que ser mulher, preta e pobre faz qualquer estilo musical, emprego ou situação ser mais difícil.


— Sua forma de fazer música é bastante marcada com alguns traços de R&B, Soul e até de Rock. Quais são suas maiores influências para a sua sonoridade?


Eu nunca percebi que tenho traços de R&B na minha musicalidade, que legal! (Risos). Sou completamente eclética. Apesar do estilo dark e tal, eu gosto de tudo! Costumo dizer que gosto de música boa. Citarei artistas aleatórios que escutei até aqui e que escuto atualmente também: Beyoncé, Ariana Grande, Megan Thee Stallion, Doja Cat, Bring Me The Horizon, 6lack, Liniker, Pabllo Vittar, Anitta, Migos, Don Toliver, Night Lovell, Evanescence, etc. Escuto mil coisas no dia, playlist aleatória quase sempre, do rock ao louvor, fazendo parada no 150bpm (risos).


Scarlett Wolf edit @visualbypivete

— Deu pra ver que, de uns tempos pra cá, tem registros seus fazendo grime e drill devido ao Brasil Grime Show. Você começou a fazer pelo programa ou já tinha algo antes disso?


Comecei devido ao Antconstantino (@antconstantino)! Ele fazia parte do projeto, que tava começando na época, e me chamou dizendo: "Coé, tô com um projeto assim assado, quer brotar e largar umas rimas?”. Eu, que botava a cara em tudo, disse: “CLARO!”. E lá fiquei sabendo do que se tratava MAIS OU MENOS, por demorar a entender de fato o grime. Mas, pelo menos, o projeto era basicamente o DJ tacar uns beats e você se virar em cima da batida, (risos).


E, pelo visto, deu certo. Fiquei um tempo com eles, fizemos vários shows juntos e foi uma vivência maravilhosa que levarei para a vida toda. Inclusive, depois disso, lancei meu EP de grime, intitulado “FLOW”.


— Uma coisa que também não pôde passar batido é que você tem muito feat  na pista. Gostaria que comentasse como foi participar de “Crias do Mosh” (Garotas do Front - Riot Molotov), “Meu Brinquedo” (OTUS500 - Kondzilla) e “Clube da Luta” (Músicas Pra Sair na Mão, Rap Falando).


Sim, muito feat, né?! (risos) Me sinto a Nicki Minaj. Brincadeira. Pô, na “Crias do Mosh”, que faz parte da mix tape da Riot Molotov, uma amiga em comum apresentou o trampo dela e eu dei um salve porque achei diferentona. Logo, ela me chamou pra participar do projeto. Tivemos uma vivência muito legal no Rio juntas, e a Riot, só tem cara de malvada, mas é um amor de pessoa.


Foi massa fazer parte desse trabalho. “Meu Brinquedo” foi com meu querido amigo Ávila Beats, outra pessoa incrível que eu adoro.

A gente já falava muito sobre fazer algo juntos e, na melhor oportunidade, ele me chamou, e criamos essa lá na Kondzilla. “Clube da Luta” foi um projeto do Rap Falando. A maravilhosa Anaavi (@annaavi) me chamou do nada, um belo dia, e me mandou a guia. Só faltava eu para completar a faixa. Quando ouvi a vibe, as guitarras, me vi muito no projeto. Pensei: “Nossa, tudo a ver comigo, aqui vou poder trazer uma Scarlett que o público do rap não conhece e talvez nem espere por isso. Vou berrar!". E aí deu no que deu (risos).




Scarlett Wolf edit @visualbypivete

— Teu trampo mais recente é a faixa “Terror Nenhum”. Ela tem uma mensagem forte na letra e com direito a um videoclipe. Conta para gente o que foi mais legal na hora de gravar e por quê?


Geralmente, quando tô no processo criativo de uma música, eu meio que me imagino na parada. Basicamente, vou me botando na situação da letra (ou revivendo algo que já vivi) ou imaginando basicamente o clipe. Com “Terror Nenhum” não foi diferente. Só que dessa vez me imaginei andando e falando em um take sem cortes.



Uma referência que usei foi “Queen Speech Ep. 4", da Lady Leshurr. Uma curiosidade é que gravamos em duas tentativas. Uma ficou perfeita, mas muito fechada, e a outra foi a que lançamos. E, logo que acabamos de gravar, as luzes vermelhas do cenário apagaram, deixando claro que não teríamos outra tentativa. Por sorte, saiu perfeito. Coisa de Deus mesmo.


— Manda um recado para quem você quiser e outro para quem tá na correria como você. 


Um recado, ou talvez um conselho que dou para quem tá no corre da música, é: aprenda o máximo sobre todos os processos, desde a criação da música até, PRINCIPALMENTE, as partes burocráticas e de distribuição. No fim das contas, infelizmente, fazer música é um detalhe. Tenha propriedade para falar e cobrar sobre cada ponto do seu trabalho. E, acima de tudo, fé, persistência, humildade e disposição. Muito obrigada pelo convite! Deus abençoe e tamo junto! Até a próxima! Beijão.




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