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Carro Rei (King Car)

Resenha de Marcelo Gomes

Brasil

Direção: Renata Pinheiro

Roteiro Sérgio Oliveira, Renata Pinheiro

Elenco: Matheus Nachtergaele (Zé Macaco); Adélio Lima (Josenildo), Luciano Pedro jr. (Uno); Juliane Elting (Mercedes); Tavinho Teixeira (Deputado Audileyson); Okado do Canal (Pato)

Gênero: Ficção científica

Lançamento 30 de junho de 2022

Duração: 1h 37min


SINOPSE: Uno é um jovem menino que tem a estranha habilidade de conversar com carros desde sua infância. Um dia, as autoridades políticas de sua cidade passam uma lei que pode fazer com que a empresa de seu pai venha a falir. Com a proibição da circulação de carros antigos nas ruas da cidade, Uno recorre ao seu melhor amigo de infância: um carro. Junto com seu tio, Uno transformará um simples automóvel no Carro Rei - um carro que pode falar, ouvir e ter sentimentos.


O filme brasileiro Carro Rei, grande vencedor do Festival de Gramado 2021 dos 'Kikitos' de Melhor Filme, Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora, e do Prêmio Especial do Júri para a memorável atuação de Matheus Nachtergaele, conta uma história peculiar envolvendo um carro antigo e a relação de seus personagens com esse veículo.






Numa abordagem original, o filme possui um ar de ficção científica em torno de um carro antigo que é mais do que apenas um veículo. O tio Zé Macaco inventa uma forma de dar voz ao veículo e assim qualquer um consegue se comunicar com ele. É a partir desse ponto que a influência do automóvel ganha forças, transformado numa máquina senciente capaz de ter emoções e conversar, tornando-se um elemento central na vida dos personagens. O roteiro apresenta algumas estranhezas como a jovem Mercedes que transa com o Carro Rei numa performance cyberpunk. Essas e outras ideias, proporcionam um ponto de partida interessante para explorar temas como nostalgia, amor pelo automóvel e as relações humanas. Além disso, outro tema interessante abordado em “Carro Rei” gira em torno da dependência das máquinas e como nós nos conectamos com a tecnologia.



Em nossa sociedade, muitas cidades tem os automóveis como prioridade e status sociais em detrimento do transporte público sucateado. Isso nos leva a reflexão sobre a individualização dentro da comunidade e também como o governo prioriza aqueles que têm mais dinheiro. A inclusão da lei (no filme) em que os veículos podem ter apenas 15 anos de uso, piora ainda mais essa relação, pois deixa o uso dos carros mais elitista. Então entra a questão da luta de classes, fio condutor da trama de “Carro Rei”, onde a reforma dos veículos é uma forma do “jeitinho brasileiro” de burlar as leis.


Em resumo, "Carro Rei" mergulha em várias questões sociais e psicológicas que podem ser complexas, explorando como objetos que influenciam a vida e a identidade das pessoas, além de como as relações interpessoais são afetadas por esses elementos. Essas temáticas oferecem uma oportunidade para o público refletir sobre questões mais amplas relacionadas à memória, identidade, resistência à mudança e outros aspectos da experiência humana.


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