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Por Marcelo Sophos


Sinopse oficial: Uma adolescente nos anos 70 em Berlim torna-se viciada em heroína. Tudo em sua vida começa a distorcer e lentamente desaparece à medida que ela se torna amiga de um pequeno grupo de viciados e se apaixona por um viciado em drogas.


Título Original: Christiane F., Wir Kinder vom Bahnhof Zoo.

Dirigido por: Uli Edel.

Estreia: 2 de abril de 1981 (Brasil).

Outras datas: Remasterizado 2022.

Duração: 125 minutos.

Classificação: 18 - Não recomendado para menores de 18 anos.

Gênero : Biografia Drama.

Países de Origem: Alemanha.

Elenco: Natja Brunckhorst, Eberhard Auriga, Peggy Bussieck.

Roteiro: Herman Weigel.

Produção: Bernd Eichinger, Hans Weth.


“Eu, Christiane F” é um filme de drama alemão, com direção de Uli Edel e roteirizado por Herman Weigel. Baseado no livro de não-ficção “Wir Kinder Vom Bahnhof Zoo”, dos autores Kai Hermann e Horst Rieck, escrito a partir de entrevistas feitas com a verdadeira Christiane Felscherinow. Este ano, o filme ganhou uma nova edição e remasterizarão, retornando o aos cinemas em comemoração aos 40 anos da produção.


O filme conta a história de Christiane, uma jovem de 13 anos que morava com sua mãe e irmã mais nova, em Berlim, capital da Alemanha, durante a década de 1970. Fascinada por música e dança, ansiava por conhecer o clube "Sound", uma nova e moderna discoteca. Christiane começa frequentar o clube junto com sua amiga mais velha, Kessi. Lá elas fazem novos amigos, a maioria viciados em drogas. Na trama, Christiane se apaixona por Detlev, um garoto viciado, aproximando-se do mundo das drogas. Primeiro pelo álcool, depois a maconha, pílulas, trilhando passo a passo até chegar à heroína, mergulhando cada vez mais profundamente no submundo do vício, que a leva a prostituição.


Assim, sua vida desmorona, colocando-a à beira da morte. As tentativas para abandonar o vício, foram inúmeras, acompanhadas de clínicas psiquiátricas, terapia antidrogas, mas todas fracassadas. Após dias limpa, o destino era sempre o mesmo: a busca por heroína. Cada vez de forma mais intensa, necessitando de mais dinheiro, chegando a vender droga junto a Detlev, até os dois serem presos.


O filme conta com a participação e trilha sonora de David Bowie. A remasterizarão está espetacular, nem parece que o filme foi rodado a tantos anos atrás, podendo o telespectador ver com precisão os detalhes miraculosos envolvido em cada performance.


Análise


O filme é atual e intenso, e comove o espectador com a crescente degradação social e física de um ser humano ainda tão jovem. Uma realidade que ainda pode ser vista nas ruas e comunidades do nosso Brasil, onde a pedra do crack devasta indivíduos e famílias, tornando-se um grave problema para a saúde pública e também para a segurança, visto que a busca por dinheiro para o vício leva a furtos e roubos. Um drama repleto de agonia, que aborda temas muito delicados e complexos, como drogas, prostituição e violência. O filme faz refletirmos sobre a necessidade urgente de se repensar as políticas públicas, visando a ressocialização dessas pessoas, que se tonam invisíveis para o poder público.


O livro


O livro narra a problemática das drogas na adolescência, trazendo aspectos e detalhes da vida e do pensamento de um viciado e o drama de sua família, possibilitando uma reflexão sobre esse problema social e como a sociedade olha para o problema. Será que realmente aceitam e não limitam as oportunidades para ex-viciados? O relato de Christiane foi tão impactante que virou Best-seller em mais de 30 países e traduzido em 15 idiomas.

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Por Marcelo Sophos



Ficha técnica: Admirável Mundo Novo (Brave New World na versão original em língua inglesa). Autor: Aldous Huxley.

Ano de publicação: 1932.

Gênero: Romance psicológico e distópico.

Assuntos: Distopia, Ficção Científica, Clonagem, Sociedade de Castas.

O livro é editado no Brasil pela Editora Biblioteca Azul em duas versões, uma de capa simples e outra edição especial em capa dura.



O Autor

Aldous Huxley (1894-1963) foi um escritor inglês, autor do clássico da literatura “Admirável Mundo Novo”. Nasceu em Godalming, Inglaterra, no dia 26 de julho de 1894. Filho de um professor e escritor e neto de um famoso naturalista, Huxley cresceu em um ambiente cercado de vasta elite intelectual. Estudou no Eton College, mas foi obrigado a abandonar os estudos por causa de uma doença nos olhos que o deixou quase cego. Mais tarde, recuperado da visão, voltou aos estudos. Em 1913 ingressou no Balliol College em Oxford, obtendo a licenciatura em Literatura Inglesa em 1915. Foi poeta, jornalista, escritor, roteirista de cinema. Faleceu em Los Angeles, Estados Unidos, no dia 22 de novembro de 1963.


Enredo

A obra se passa em Londres no ano 2540. O romance antecipa desenvolvimentos em tecnologia reprodutiva, hipnopedia, manipulação psicológica e condicionamento clássico, que no romance se combinam para mudar profundamente a sociedade. “Olhe em volta e contemple as construções do nosso tempo. Claro! Não precisamos nos preocupar com nada. Temos empregos, casas, vida social e saúde (...). Todos são felizes agora. Todos são felizes agora. Todos são felizes agora”.


Os indivíduos são gerados e criados em funções pré-determinadas em suas castas sociais, bem definidas e claras para todos. A mais alta, os Alfa, possuem raciocínio superior ao das demais, e riquezas, posições e até mesmo o porte físico. Enquanto a manada de pobres Deltas quase olhando para o chão, foram condicionados a se sentirem bem quando suas cabeças estão abaixadas, sabem disso e não veem por que lutar contra a natureza da ciência.


O personagem Bernard Marx sente-se insatisfeito com o mundo onde vive, e num reduto onde vivem pessoas dentro dos moldes do passado uma espécie de "reserva histórica", algo semelhante às atuais reservas indígenas, encontra uma mulher oriunda dessa civilização “selvagem”. Bernard vê uma possibilidade de conquista de respeito social pela apresentação dos selvagens à sociedade civilizada. As impressões humanas e sensíveis do "selvagem" cria um fascínio estranho entre os habitantes do "Admirável Mundo Novo".


Contexto

O autor Aldous Huxley, escreveu outro livro chamado Regresso ao Admirável Mundo Novo: um ensaio onde demonstrava que muitas das "profecias" do seu romance estavam sendo realizadas graças ao "progresso" científico, no que diz respeito à manipulação da vontade de seres humanos.

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Por Thiago Aguiar Rodrigues[1]


Tragédias naturais para nós são completamente indiferentes para a natureza. A Natureza – aqui figurativamente personificada – nunca quis nada. Sequer detém autoconscientemente quaisquer quereres. Uma eventual catástrofe pandêmica ou uma folha seca que se destaca de um galho outoniço, para ela, a natureza, são simbolicamente a mesma coisa: nada. Não há punições e recompensas, não há trama dos deuses ou conspirações do cosmos. O que há é o encadeamento infinito e neutro de causa e consequência dos eventos naturais do universo. Os humanos que se virem se desejarem manter sua existência. A natureza não liga.


Este agente do caos natural, o coronavírus, mudou o mundo. Depois disso, despretensiosamente mudou a si mesmo para continuar nos infectando. Pura seleção natural permitida pelo descaso das autoridades de Saúde. O Brasil se empenhou bastante para ser ineficiente no combate à pandemia. Nossos representantes preferiram combater as medidas de controle do vírus e quase conquistaram a perfeita inépcia, não fossem alguns chatos exigindo sobrevivência.


Embora com cadeiras vazias à mesa que entes queridos ocupavam, nós sobrevivemos até aqui. No entanto, a pandemia não acabou. Atenuou (muito, é verdade) graças à vacinação, mas não acabou. Enfrentamos uma quinta onda provocada pela variante BQ.1, e houve um aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave provocada por Sars-Cov-2 (vírus da Covid-19) em todas as faixas etárias no Brasil. Segundo dados da Fiocruz, nas duas últimas semanas epidemiológicas de novembro de 2022 e nas duas primeiras de dezembro de 2022, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 1,7% para influenza A; 0,1% para influenza B; 8,3% para Vírus Sincicial Respiratório (VSR); e 80,2% Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,7% para influenza A; 0,1% para influenza B; 8,3% para VSR; e 80,2% Sars-CoV-2. De longe, a Covid vem matando mais que a gripe. “Sem mencionar as sequelas, a chamada “Covid longa”, como, como fadiga, fraqueza muscular, cefaleia, ansiedade, problemas de memória e falta de ar. A relevância da doença ainda é bastante evidente, no entanto, nosso justificado e necessário otimismo não deve se traduzir em imprudência desmemoriada.


Temos 181,1 milhões de aplicações da primeira dose da vacina e 163,5 milhões da segunda dose, além de 101,6 milhões da primeira dose de reforço e apenas 38,7 milhões da segunda dose de reforço. Entre crianças, os dados são aviltantes. Apesar da aprovação pela Anvisa do uso emergencial da Coronavac entre crianças de 3 a 4 anos, apenas 7 de cada 100 crianças nessa faixa etária recebeu as duas doses da vacina. Para crianças entre 6 meses de idade e 4 anos, há a vacina pediátrica da Pfizer, porém o Ministério da Saúde adquiriu apenas um pequeno contingente para crianças com comorbidades, mesmo com a disposição de dados que informam que, entre 1° de janeiro e 11 de outubro de 2022, o Brasil registrou uma morte por dia entre crianças de 6 meses a 5 anos diagnosticadas com Covid-19. Um cenário deficitário e aquém de nossa capacidade de evitar o contágio e a morte por Covid -19, mas... Por quê?


Não se recomenda, neste momento, ações de lockdown, estamos falando de um velho conhecido das políticas públicas dos brasileiros: a vacina. Ora, se 181,1 milhões de brasileiros tomaram a primeira dose, conclui-se que não são negacionistas e avessos a vacinas. Já temos a ferramenta mais eficiente para lidar com a doença, a vacina, faz-se indispensável e premente instituir campanhas publicitárias massivas para incentivar a continuidade da vacinação e proteger de vez a população. Ainda são necessários esclarecimentos sobre cuidados sanitários simples, como higiene das mãos e uso de máscaras tipo PFF2 e N-95 em aglomerações. Também sobre os riscos da reinfecção da Covid-19 que, ao contrário da crença infundada de “imunidade natural”, aumenta a morbidade e mortalidade dos indivíduos com infecções pospositivas e produz temerosas variantes do vírus que põem em xeque todo nosso esforço. Não espere que a natureza seja piedosa porque já sofremos demais. Tampouco será punitiva pelos nossos pecados. Nós, humanos, é quem somos responsáveis por trabalhar com as condições de causa e efeito para o nosso bem-estar. Ou podemos não fazer nada, culparmos a natureza e nos posicionarmos como expectadores da tragédia. A natureza não se importa.

[1] Médico neurologista

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