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Selvagem do Campo

O ano é 2024 e parece que as músicas de storytelling estão cada vez mais presentes no cenário do Rio de Janeiro. De uns anos para cá, é possível ver que a necessidade de falar sobre a vivência é maior do que nunca, tanto é que o novo trabalho do OG BRITTO foca exclusivamente nisso.


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Quero ressaltar que esse hábito nunca foi abandonado pelos artistas de falar sobre o cotidiano, até porque essa pauta é o que move boa parte das carreiras que estão na pista. É a base do rap que conhecemos como gênero musical e parte essencial do hip-hop. Sem história, não teríamos as músicas que tanto gostamos de ouvir.


"Selvagem do Campo" são nove faixas forjadas na zona de conforto do rapper da Covil da Bruxa, cheias de jersey e drill, com uma atmosfera de jazz e blues. Fazendo com que você possa imaginar ouvir esse trabalho em casa confortavelmente, mesmo sabendo que se trata de sons para festa.


Acho que isso é coisa do Maiarealplug, produtor da maioria das canções da mixtape. Também merece um salve o Babidi, responsável pelo som "Produto Vendido."

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E quanto aos feats desse trampo?

São quatro: VND, Guapo.Karma, Linin e Irisz, que parecem ter sido escolhidos a dedo, pois todas as participações fizeram com que a mixtape ficasse ainda mais interessante.


Em "Produto Vendido," OG Britto continua seus relatos de rua com a presença do GUAPO.KARMA no beat do Babidi. É ótimo que não faltou chamar o homem que dá uma vibe de drill com um beat incrível. Em uma realidade que flerta com a ficção, uma história de quem vem de onde estamos habituados, as ruas não empatam.


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Britto também fala de vivências, de seu poderio bélico, de sua ficha corrida, ou de controvérsias, se é da área e se é exemplo ou não. De onde ele veio. De um passado de sofrimentos e das experiências de quem teve que viver a rua. Em um mundo onde a violência é vírgula. Linin segue o fluxo, apresenta seu papo reto e passa a visão de como se manter posturado em meio a tantas controvérsias que surgem com a fama adquirida através do corre.


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As letras de OG BRITTO são partes importantes? São. Mas, se você for ouvir "Bonnie e Clyde," com certeza procurará todos os belos trabalhos da cantora e compositora Irisz, da Zona Norte. 

Sua voz doce dá toda a magia dessa releitura carioca da antológica história da dupla criminosa e casal amoroso, que pereceu na pista, atrás do “sonho americano.”

Ou uma introdução ao imaginário marginal fluminense em "Não Posso Ficar na Esquina," que conta com um clipe oficial disponível no YouTube. O som conta com a participação do VND, que invade a faixa com a classe e o peso que o colocaram no topo dos letristas do RJ.




É de conhecimento público que a vida bandida em formato de crônica faz parte da identidade musical urbana do RJ.


Nesse sentido, algumas passagens da vida do artista de Itanhangá são mescladas com a guerra que ocorre nas favelas da Zona Oeste, tendo um peso bastante pessoal no conteúdo das letras.


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"Selvagem do Campo" é uma mixtape para fazer com que o cria se sinta parte do som, e se você planeja ouvir um “bagulho” que não vai sair do seu fone de ouvido e se tornará parte da sua trilha sonora na selva urbana fluminense, então esse é o som. Afinal, são 20 minutos e 40 segundos, uma duração ideal nos padrões dos dias de hoje.




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