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GENTE

  • Foto do escritor: Pivete
    Pivete
  • 3 de mar.
  • 2 min de leitura


Gente, gente perto de gente, com mais gente aos redores, com mais gente, na sua diversidade de gente.


Junto de gente, respirando gente, com gente até os dentes, e gente tão gente.


Que penso por que a gente não poderia ser só gente.


O bloco nos leva, carrega aquela multidão, seu som sintoniza com tantas anteninhas, hipnotizados com as batidas do grave.


Vou me remexendo no meio de tanta gente, me espremendo, vou seguindo rumo a um lugar que desconheço, mas que sei que, pela quantidade de gente, vai ter suor, cerveja e calor.


Gente na rua, de rua, gente na pista, de pista, cobertura, gente de tudo o quanto é gente.


E eu, naquela maré, sendo carregado pela correnteza, fluxo e contrafluxo, olhares, toques, fumaças e outras coisas que me fizeram querer mais, gente, junto, gente.


Eu, em algum momento, me questionei de onde vinha tanta gente.

Diariamente, as ruas recheadas de automóveis impedem de ver a dimensão do fluxo de gente.


Milhares de pessoas que vendem sua força para sua sobrevivência.


Várias pessoas com amores, frustrações e expectativas de mais um ano que finalmente se inicia.


Poesias, testes, roupas, sapatos, bebidas, salada, podrão, se liga: a rua é muita coisa. Kenner, latão, um pouco de tudo é bom.


A chuva que refresca e limpa, o ar abafado, o corpo suado, os olhares atravessados, a sarrada.


Momentos em que a felicidade não está somente em dormir, em buscar acordar em um dia melhor que o anterior.


Quero estar vivo, acordado, disposto a curtir mais um carnaval.


Desfrutar de uma cidade negada, destinada aos carros e não ao povo.


Quero aproveitar mais um dia de sol, chuva, de barracas na rua, de gente seminua, rebolando.


Quantas bundas, peitos, sorrisos, músculos, beijos, quantos seres em uma grande física.


Sinto tudo isso, observo tudo, faço parte disso também.


Sou o carnaval, sou o corpo político que festeja a vida ocupando a cidade.


Sou bicho solto. Pivete, não tente me localizar.


Uma das maiores felicidades que tenho em curtir o carnaval é me colocar livre de todas as expectativas alheias.


E isso, para um cara que normalmente está na mira dessas coisas, é um lucro alto.


Eu me coloco à disposição de me encontrar, nada mais.


Me ache nessa maré, ou estarei com alguém que quer te achar e me levará.


Sempre tenha um amigo de confiança.



Mas o pivete que manda no carnaval, e ele não é muito de dar explicações.


Quero ver gente nova, gente velha, quero gente além da gente.


Escrever um texto após acordar de um rolê de carnaval é como aquele café da manhã que tu toma para tentar recuperar o máximo de energia para o próximo furdunço.


Deve ter glitter até no meu…


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