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29 anos do Pivete 🥳🎉

  • Foto do escritor: Pivete
    Pivete
  • 27 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura

Hoje, em 1995, às 4:20 da manhã de um domingo, em Belford Roxo, eu nascia. De lá para cá, foram 29 anos de lutas e conquistas em um país onde ser jovem, negro e periférico é, muitas vezes, carregar um alvo invisível no peito. Um país onde jovens negros têm quase quatro vezes mais chances de serem mortos pela polícia do que brancos. Sobreviver aqui, por quase três décadas, não é só resistência, é um ato de coragem diária.

Ser negro e periférico no Brasil é viver em estado constante de alerta. É lidar com o medo como um companheiro involuntário, que molda a forma como você anda pela rua, como fala, como sonha. Pensando nisso, lembro-me de Kendrick Lamar em DAMN. (2017), o álbum que lhe rendeu o Pulitzer por capturar a complexidade da vida afro-americana moderna.

Uma faixa, em particular, ressoa fundo comigo: FEAR.. Dividida em três partes, a música explora o medo em diferentes fases da vida. Na infância, o medo das punições, das regras rígidas que parecem ser feitas para sufocar a liberdade. Na adolescência, o medo da violência — violência que muitas vezes vem vestida de farda ou carregada no olhar desconfiado de quem te vê como ameaça. E, na vida adulta, o medo de perder tudo: os sonhos, as conquistas, a fé.

Produzida por The Alchemist, FEAR. é um mergulho visceral no trauma, na vulnerabilidade e na busca por significado. Kendrick transforma as cicatrizes de sua própria vivência em reflexões que ecoam pelo mundo, consolidando DAMN. como um dos maiores clássicos do rap. É uma obra que nos ensina a olhar para o medo não como fraqueza, mas como parte da jornada.

Eu, por outro lado, não sei se meu maior medo é perder tudo. Talvez, seja o de não conquistar o que acredito merecer. Talvez, o mais duro seja admitir que, às vezes, isso não depende só de mim. Que, em um sistema estruturado para nos diminuir, ser negro significa lutar contra algo muito maior do que você.


Mas enquanto eu estiver aqui, a luta continua. Porque cada conquista, cada passo dado, é prova de que somos mais do que as estatísticas. É prova de que merecemos tudo aquilo que o mundo diz que não podemos ter. E eu vou buscar o que é meu. Porque ser negro e viver 29 anos neste país já é, por si só, uma revolução.


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